“Ainda jovens, nossos antepassados, saíram de suas casas, da longínqua Itália, deixando para trás a história de suas vidas, seus parentes e seus amigos, trazendo consigo alguns pertences e recordações. Em comum todos tinham o sonho de começar uma nova vida, fugindo da fome, da falta de emprego,dos baixos salários, do alto aluguel das terras.""...traziam consigo esperança, uma fé inabalável e uma enorme vontade de vencer.”*Paulo Cesar Zanatta

Com o objetivo de preservar histórias e a cultura de nossos antepassados, no dia 30 de novembro de 2006, criamos a Comunità Italiana Di Araçá. Assim, buscamos resgatar um pouco de nossas raízes, além de reunirmos descendentes italianos e simpatizantes em eventos sociais e culturais.

Venha participar conosco!

domingo, 29 de agosto de 2010

NO TEMPO DA COLÔNIA

Armando Tulio (Curitiba, PR)*

S’tanno ghemo bio poche broseme, ma tanta piova
- Este ano tivemos poucas geadas, mas muita chuva -

Suas casas na Itália tinham as paredes de pedra e argamassa, e eram bastante grossas. Já os telhados eram cobertos de lascas de pedra ou possuíam telhas de madeira - “scandole”.
Somente ao chegaram ao Brasil que conheceram as casas de madeira. Elas lhes eram totalmente estranhas. Anteriormente, eles não tinham nem mesmo ouvido falar desse tipo de moradia.
Nos dez anos que passaram no Litoral Paranaense¹, os imigrantes moraram em casas de madeira e, como lá o clima é ameno, não havia necessidade de sarrafos para tapar as frestas entre as tábuas de madeira.
Foi quando se mudaram aqui para o Planalto, é que sentiram uma grande diferença climática. Mais frio, o clima era parecido com o da Itália e no inverno, o vento frio passava pelas frestas da parede. Então eles resolveram recorrer à forma que usavam para tapar os buracos das estrebarias das vacas e de suas casas, durante o inverno na Itália. Com uma mistura de esterco das vacas, água e capim formavam uma pasta, a qual era colocada do lado externo, nas frestas. Depois de seca, a mistura aderia a madeira, não deixando passar o vento.
A abundância de madeiras que encontraram aqui, fez com que muitos dos imigrantes que vieram para o bairro de Santa Felicidade - Curitiba, PR, se tornassem verdadeiros artífices - “falegnami”. Assim, ainda hoje podemos apreciar o trabalho deles nas casas do bairro.
As primeiras casas não tinham vidros nas janelas. Para passar a luz, ela tinha de estar totalmente aberta. As janelas possuíam duas folhas de madeira.
Sempre fui um excelente observador. Assim, não deixei de notar que as casas dos italianos afastadas do centro da Colônia, possuíam sempre cedros - “ciprestes” - em frente. Sobre isso nunca cheguei a falar com meu pai ou com meu avô, muito menos eles mencionaram o porquê daquela disposição de tais árvores. Hoje estou consciente de que o faziam por dois motivos: primeiro, porque continham os ventos fortes, em ocasiões de temporais e tempestades, como cortina de proteção; e segundo, porque funcionavam também como uma espécie de pára-raios - bem mais altos que a casa, os cedros retinham as descargas elétricas.
Quanto ao costume que a grande maioria tinha de fazer a cozinha encostada sempre ao bloco principal, na lateral ou nos fundos da mesma, ele se baseava na segurança contra incêndios, já que “fogolaro” ocupava boa parte de uma das paredes, e também porque assim, tinham os principais cômodos livres de fumaça e fuligem.

“Me popa”

Me par vedere ancora el ciaro so la finestra,
Che trema cola sbampa de’a candela;
Uma tola tre careghe e el piato de menestra,
El lume de petrolio pica su ne i travi
Nantra storia ti, popa, te ne contavi.
Come quela del lupo e del agnelo,
O quela del re e del castelo.
Mi la voia de casa la go persa;
Quanta fame de poenta e menestra,
Me resta ancora viva in core,
Ma adesso me vien la fame dei ricordi
Che scomincia quando el vecio more!



¹ Eles chegaram no Rio de Janeiro em 1-1-1878, quatro dias depois estavam desenbarcando em uma ilha do Litoral Paranaense, onde permaneceram em quarentena.
No Litoral, receberam do então administrador da provincia Lamenha Lins 15 mil metros quadrados de terra cada família, onde permaneceram até 1887.


* Após lermos este texto de Armando Tulio no Jornal Cidade Notícias - Curitiba, PR, entramos em contato e pedimos autorização para compartilha-lo neste blog.
Se você tem alguma curiosidade, história, música, para dividir com a Comunità entre em contato conosco.
Participe!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Fotos do Jantar 30 de julho de 2010

Parece que encontramos mais algumas fotos, se você esteve no jantar e notar que alguma foto não confere com a data que indicamos por favor me avise.
Desculpem-me se há algum engano.
Mande suas fotos dos jantares e ajude a enriquecer nosso album de fotos.

Um abraço,

Giovana Luchesi




Assista ao vídeo do Coral no Jantar


Gaude Mater Polonia, Coral Municipal de Capão da Canoa


Signore Delle Cime, Coral Municipal de Capão da Canoa

Mia Vita è Bella Piovesan, Coral Municipal de Capão da Canoa